Diário de Cuiabá/Rodrigo Vargas O Ministério Público Federal abriu inquérito para apurar possíveis danos ambientais causados pela agem de embarcações carregadas que utilizam a hidrovia Paraguai-Paraná a partir de Cáceres (230 quilômetros de Cuiabá). Segundo portaria assinada pelo procurador Juliano Gasperin, áreas de preservação próximas à cidade e também nas imediações da Estação Ecológica Taiamã estariam ameaçadas em razão do transporte inadequado. A denúncia foi encaminhada pela Rede Pantanal, que reúne dezenas de ongs ambientais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Desde 2003, a entidade documenta pontos de desbarrancamento e compactação das margens do rio e os atribui a choques das barcaças. A Ahipar (istração da Hidrovia do Rio Paraguai), ligada ao Ministério dos Transportes, afirma que os sinais ocorrem também em pontos do rio onde não há agem dos comboios e que eventuais choques são episódios raros. Entre as medidas anunciadas pela Procuradoria estão o envio de um ofício à Superintendência do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) pedindo informações sobre o licenciamento ambiental da hidrovia. Outro ofício foi encaminhado à coordenação da Estação Ecológica Taiamã, para que esta informe se “foram constatados danos às margens do Rio Paraguai (...) provocados por embarcações utilizadas para o transporte de carga na região”. Com 3.442 quilômetros de extensão, a hidrovia Paraguai-Paraná tem 679 quilômetros em território mato-grossense. O trecho mais crítico para a navegação se estende por 150 quilômetros a partir de Cáceres. Dados do IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) indicam que o porto de Cáceres despachou desde janeiro do ano ado um total de 430 toneladas de milho.