Diario de Cáceres 4jz3e Compromisso com a informação
Defensoria Pública lança campanha de combate à violência contra a mulher durante pandemia
Por Alexandre Guimarães | Assessoria de Imprensa/DPMT
10/06/2020 - 13:06

Foto: reprodução
Campanha “Eu uso máscara, mas não me calo! Juntas somos mais fortes!” foi lançada para estimular denúncias e rechaçar todo tipo de violência contra a mulher. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), feminicídios aumentaram 143% em Mato Grosso, de 10 março a 31 de maio de 2020, em comparação com o mesmo período do ano ado 5z6gw
 

Com o objetivo de estimular as denúncias e combater todo tipo de violência contra as mulheres nesse período de isolamento social, devido à pandemia de Covid-19, a Defensoria Pública de Mato Grosso lançou a campanha: “Eu uso máscara, mas não me calo! Juntas somos mais fortes!”. 4n2b2o

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), os feminicídios aumentaram 143% em Mato Grosso, de 10 de março a 31 de maio de 2020, em comparação com o mesmo período do ano ado. Foram registrados 17 casos este ano contra sete ocorrências em 2019.

Além disso, houve um crescimento de 300% nos casos de violação do domicílio – quatro ocorrências em 2020 e apenas uma ano ado.

“A Defensoria Pública foi a primeira instituição a se preocupar com o isolamento social em Mato Grosso, tendo em vista que outros países que avam pela quarentena já apresentavam esse aumento”, alertou a defensora pública Rosana Leite.

Logo no início das medidas de isolamento social, o Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem) já advertia para o possível aumento dos casos de violência doméstica e familiar em Mato Grosso.

A campanha “Aqui não! Violência doméstica não entra em quarentena”, lançada em março, visava evitar o que ocorreu na China, onde os índices de violência doméstica triplicaram nas regiões onde ocorreu o “lockdown” – medida extrema de isolamento social para contar a disseminação do vírus.

“Infelizmente, esse previsto aumento da violência aconteceu. A violência doméstica cresceu e muito. Muitas mulheres já conviviam com os agressores e outras descobriram, durante o isolamento social, que conviviam com um agressor”, destacou a coordenadora do Nudem.

Por outro lado, no mesmo período (10 de março a 31 de maio) diminuíram os homicídios dolosos (15 este ano; duas em 2019), casos de perturbação da tranquilidade (redução de 49%), injúria mediante preconceito (-47%), difamação (queda de 46%) e assédio sexual (-38%).

Vale lembrar que o primeiro caso confirmado de Covid-19 em Mato Grosso foi registrado no dia 19 de março.

Denúncias – Segundo a defensora, todas as violências contra as mulheres podem ser evitadas. “São anunciadas. Temos que trabalhar essa prevenção olhando os casos que já aconteceram e nos embasando nesses casos. Os feminicídios são delitos que podem ser prevenidos”, ressaltou.

Apesar da explosão de feminicídios em Mato Grosso durante a pandemia, de acordo com o estudo “Violência Doméstica durante a pandemia de Covid-19”, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve uma diminuição de 16,7% nos casos de violência doméstica – 744 em março de 2020 contra 953 casos no mesmo período de 2019.

Mesmo assim, desde o ano ado Mato Grosso continua sendo o quarto estado com mais registros de violência doméstica, ficando atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O motivo da queda nesses números, conforme a pesquisa, preocupa as autoridades, pois, neste período de isolamento, as mulheres ficam confinadas com o agressor e têm mais dificuldade de fazer a denúncia.

“É preciso deixar bem claro para as mulheres que a Lei Maria da Penha funciona, é eficaz, mas elas precisam expor o que está acontecendo e buscar esse apoio”, alertou Rosana.

Segundo o Fórum, desde o início da pandemia, houve uma diminuição significativa no número de denúncias e, na maioria das delegacias, chegam apenas os casos mais graves.

“Em geral, os homens que cometem feminicídio são réus primários. O feminicídio é só o final de uma violência. A mulher geralmente já vem ando por outras violências. Por isso, pode ser evitado com ela não aceitando essa nova violência, com as pessoas denunciando, e ela acreditando que terá a proteção do Estado”, afirmou a defensora.

Vizinhos e familiares também podem denunciar, até mesmo anonimamente. “Porém, muitas violências não são vistas pelos vizinhos. Muitas mulheres esperam que o homem vai acabar melhorando, que aquela vai ser a última agressão”, disse.

A defensora pública, que atua desde 2011 no Núcleo de Defesa da Mulher, afirmou que a violência pode ocorrer com qualquer mulher: “A violência doméstica e familiar não tem face, acontece em qualquer grau de escolaridade, credo e condição social”.

Segundo Rosana, toda essa violência contra as mulheres é resultado do machismo em que a sociedade foi construída. “A forma com que criamos nossos filhos e filhas pode gerar ou não uma violência. Quando o filho é criado com um poder muito superior ao da filha, por exemplo, ele pode se tornar um homem violento”, declarou.

A Lei Maria da Penha, sancionada no dia 7 de agosto de 2006 pelo então presidente Lula, entrou em vigor no dia 21 de setembro do mesmo ano. “A lei funciona. O que eu tenho acompanhado é que agressores, inclusive juízes, médicos, não importa a classe social, têm sido presos, obrigados a usar tornozeleira. A mulher não pode desistir. Tem que ir até o final”, finalizou.

I – A Câmara Municipal de Cuiabá instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (I) para apurar o aumento significativo dos índices de violência contra a mulher na capital, presidida pelo vereador Marcelo Bussiki (DEM).

Na última sexta-feira (5), às 14h, a defensora pública Rosana Leite participou de uma videoconferência da I por meio do aplicativo Zoom e alertou para a escalada da violência contra a mulher na capital e em todo o estado.

A Prefeitura de Cuiabá disponibiliza orientação, acolhimento e direcionamento às vítimas de violência por meio da Sala da Mulher: (65) 3617-1569 ou 99235-1835.

Fórum Brasileiro de Segurança Pública – De acordo com o estudo “Violência Doméstica durante a pandemia de Covid-19”, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os feminicídios cresceram 150% em Mato grosso entre março e abril deste ano em comparação com o mesmo período de 2019.

O estado ou de seis vítimas em 2019 para 15 em 2020. Em março, o número de feminicídios saltou de dois para dez. Já em abril, ou de quatro para cinco casos. Os dados foram divulgados no dia 1° de junho.

Mato Grosso é o segundo estado com maior crescimento de feminicídios durante o período de distanciamento social, atrás apenas do Maranhão, onde o aumento foi de 166%.

Na média, o aumento no número de feminicídios registrados nos 12 estados analisados foi de 22,2%, ando de 117 vítimas em março/abril de 2019 para 143 vítimas no mesmo período de 2020.

Foram coletados dados de doze estados: Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Acre, Amapá, Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão e Rio Grande do Sul.

Segundo o Fórum, a coleta de dados foi realizada ao longo do mês de maio e foram solicitados os números de março e abril de 2019 e 2020.

Em abril, todas as Unidades da Federação já tinham adotado algum tipo de isolamento social para o enfrentamento da pandemia.

Canais de atendimento – O Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública recebe denúncias e rea orientações por telefone e WhatsApp: (65) 98463-6782.

Denúncias anônimas também podem ser feitas junto à Central de Atendimento à Mulher pelo Disque 180 (nacional), pelo 197 (Polícia Civil), para a região metropolitana, e 181, para o interior do estado. O atendimento é feito pelo Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp).

 
 
Carregando comentarios...

Cidades

Mato Grosso Saúde atenderá por plantão telefônico nesta sexta-feira (12) 3nf2t

10/06/2020 - 13:02
Polícia

Mulher é encontrada seminua e morta em Nova Lacerda 68q2s

10/06/2020 - 12:52
Cidades

Em Cáceres, prefeito defende prisão em flagrante para quem for pego sem máscara v33a

10/06/2020 - 12:47
Cidades

Agentes de Cáceres denunciam falta de condições de trabalho para enfrentar a COVID19 2f1d

10/06/2020 - 12:42
Cidades

Mulher é presa em MT suspeita de vários golpes de venda de falsos pacotes de viagem u2i67

09/06/2020 - 13:54
Cidades

Governo paga salários de maio nesta quarta-feira (10) 3qw4s

09/06/2020 - 13:42
Cidades

Prefeitura recebe unidade móvel para castrar cães e gatos 1v20b

09/06/2020 - 13:35
Cidades

Jovem diz que alguns EAD’s de faculdades presenciais afastam alunos, desestimulando o estudo g2j8

09/06/2020 - 13:30
Cidades

Secretário vê colapso da rede hospitalar de MT antes do esperado: vai faltar leitos 182r70

08/06/2020 - 13:35
Cidades

Vereadores aprovam e Júnior Trindade assume Águas do Pantanal 5r4xj

08/06/2020 - 13:28
Cidades

Mirassol D´Oeste:Pai faz pedófilo "comer dinheiro" que pagou para assediar seu filho menor 561e

08/06/2020 - 13:07
Cidades

Banco de sangue de Cáceres precisa de doadores 48568

08/06/2020 - 13:05
Cidades

Sem apoio na Câmara, vereadores entram na justiça pelo salário da educação 326w28

08/06/2020 - 13:04
Cidades

Contraprova diz que coronavírus matou Adriano Silva 1op6p

08/06/2020 - 13:02
Cidades

IFMT Cáceres doa hortaliças e leite para unidades de acolhimento e famílias de baixa renda 735q31

08/06/2020 - 13:00
Cidades

Grupo FV e Imobiliária Satélite apresentam live solidária da dupla Jonathan a Adam dia 11 1o4v1z

08/06/2020 - 09:59
Artigos

Caráter e destino 1548y

08/06/2020 - 09:33
Cidades

Medidas rigorosas de prevenção impedem coronavírus no batalhão com mais de 900 homens em Cáceres 1t5a2w

08/06/2020 - 09:15
Cidades

Domingo (07): Mato Grosso registra 4.033 casos e 113 óbitos por Covid-19 4tr1h

07/06/2020 - 18:54
Cidades

PM Cáceres: dois testaram positivo para Covid-19 e 6 aguardam resultado de exames 406t6q

07/06/2020 - 13:42