Foram cinco dias de curso, oito horas diárias de aula, mas, segundo os 15 participantes, valeu a pena. Donas de casa, merendeiras, um salgadeiro, um agricultor, um militar da reserva do Exército e um jovem que trabalha em peixaria compam a turma do primeiro curso realizado este ano pelo Sindicato Rural de Cáceres em parceria com o Senar. E foi justamente oferecido um dos cursos mais procurados: o de manipulação e conservação de pescado. Do tambaqui, eles aprenderam a tirar a espinha e preparar o peixe recheado, fazer embutidos como lingüiça e salame, além de pasteis, croquetes e pizza. Adilson Moraleco, o militar da reserva, afirmou que não imaginava quanta coisa poderia aprender. “Gosto de cozinhar mas sei apenas os pratos básicos da culinária local. Agora aprendi que um peixe pode render vários e saborosos pratos”.Já a merendeira Aldira Barros Lopes, que trabalha na Escola Estadual Senador Mário Mota, viu o curso como uma oportunidade de aprender e aplicar as novidades no trabalho, enriquecendo o cardápio. O agricultor Germano Bianchini ressaltou a importância da parceria e especialmente a participação da comunidade. O curso teve o apoio da Colônia de Pescadores Z-2 e da Secretaria Municipal de Ação Social, que encaminharam os alunos. O instrutor do Senai, Isaías Macedo, afirmou que dá o curso “com a alma”. “Não sei fazer pela metade-disse ele-e mais ou menos não funciona. O resultado é o que fica, por isso precisamos adotar a cultura da produtividade e pensar no valor agregado que o pescado oportuniza”. O presidente do Sindicato Rural de Cáceres, Márcio Lacerda, afirmou que o Senar é parceiro e oferece sempre cursos adequados à realidade da região, buscando o fortalecimento da renda familiar. “Para isso, tem um plano de trabalho anual, e o sindicato é a ponte entre o Senar e a comunidade, através de associações, outros sindicatos, entidades e instituições”.