Diante da situação financeira em que encontrou o Executivo Municipal, o prefeito de Cáceres, Francis Maris Cruz (PMDB) estima que somente em 2014 conseguirá sanear as contas e regularizar o pagamento de salários no município. Entre os débitos da prefeitura estão os salários dos servidores, contas de energia, telefone, internet, coleta de lixo e diversos fornecedores. Em janeiro uma unidade do Programa de Saúde da Família (PSF) chegou a ter a energia cortada por algumas horas. A crise no setor pode se agravar com a ameaça de greve de médicos e enfermeiros da rede municipal. Para o enfrentamento da epidemia de Dengue, o Município teve que contar com doações de soro fisiológico de promotores, juízes, Polícia Civil e da iniciativa privada. Sem recursos em caixa para quitar os débitos, o prefeito busca sensibilizar os credores para tentar contornar a situação. De acordo com o peemedebista, os salários atrasados do mês de dezembro somam um montante de aproximadamente R$ 5 milhões. A quantia é cerca de 25% superior à arrecadação estimada pela prefeitura no mês de janeiro, que é de R$ 4 milhões. A estes valores soma-se a folha do primeiro mês deste ano que está em torno de R$ 3,5 milhões. As despesas correntes em aberto com servidores municipais já ultraam o dobro da receita prevista do Município. Ainda de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), os gastos com folha de pagamento no Executivo Municipal não podem exceder 54% de sua Receita Corrente Líquida (RCL). Além da baixa arrecadação neste início de ano o prefeito explica que houve uma perda de cerca de 50% nos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em função da política do governo federal de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cujo impacto no país foi de R$ 2,8 bilhões. Francis Maris adotou como prioridade o pagamento dos servidores, mas pondera que precisa cumprir a lei. Na última sexta-feira (1º), ele efetuou o pagamento da segunda faixa referente a dezembro do ano ado, destinada aos funcionários que recebem até R$ 3,150 mil líquidos. Ao todo foram contemplados 578 servidores, chegando a um montante de aproximadamente R$ 1,5 milhão. Atuam na Prefeitura de Cáceres cerca de 1,8 mil funcionários. O prefeito solicitou um relatório do setor de recursos humanos para iniciar o enxugamento da máquina. Ele avalia que demissões serão necessárias, mas no momento o que acontece é justamente o contrário. A prefeitura abriu contratação emergencial de médicos para atuarem no Pronto Atendimento Municipal (PAM) e no PSF. O município ainda terá que contratar cerca de 240 professores.