A morte do médium Divaldo Franco, na noite desta terça-feira (13), aos 98 anos, em Salvador, deixou um vazio no coração dos espíritas de todo o Brasil. Ele lutava contra um câncer de bexiga desde novembro de 2024 e morreu em casa, onde recebia cuidados por enfermeiros em home care. 5z3p14

Em homenagem ao líder espírita, o GAZETA DIGITAL, conversou com mato-grossenses que o conheceram e lembraram as inúmeras visitas que Divaldo fez em Mato Grosso para suas palestras e congressos.

O advogado Nestor Fidelis é uma dessas pessoas. Assessor jurídico e palestrante da Federação Espírita do Estado de Mato Grosso (Feemt), ele teve dezenas de encontros com Divaldo Franco e se refere ao médium como uma pessoa extremamente bem-humorada e leve.

(foto reprodução)

"Ele vinha quase que anualmente a Mato Grosso. Me lembro quando sugerimos que ele fosse à Cáceres. Ele topou na hora, mas disse que lá, em 1962, ou o maior calor de sua vida, tendo proferido uma conferência com um ventilador colocado a um metro de distância para dar conta do recado", relatou.

Segundo Fidelis, cada instante com Divaldo era único, seja em palestras para centenas de pessoas, seja em momentos mais privados com o líder espírita. "Era, sinceramente, como estar ao lado de um ser diferenciado pela verdadeira vivência evangélica e, por óbvio, muito bem acompanhado espiritualmente", disse.

A jornalista Janaiara Soares teve a chance de conversar com o médium por alguns minutos. Foi durante o 7º Congresso Espírita de Mato Grosso, realizado em Cuiabá no último ano, a última vez que Divaldo esteve no estado. Pela idade avançada, a expectativa era que o líder espírita não desse entrevistas, mas sua educação permitiu que Janaiara tivesse uma rápida interação com ele.

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"Sua presença transmite uma paz difícil de descrever. É como se sua energia abraçasse quem está por perto. Conversamos brevemente sobre a palestra, e comentei o quanto me tocou a parte em que ele falou sobre Maria Madalena e como ela deixou o ado para trás para seguir os os de Jesus. Disse a ele que amo Maria Madalena, e ele respondeu que também a amava", contou.

Espírita há 45 anos, a empresária Diana Taques trocou cumprimentos e teve livros autografados por Divaldo em diferentes ocasiões nos últimos 10 anos em que o médium esteve em Cuiabá. Para ela, se tratava de um "ser de luz intensa".

"Todas as suas palavras faziam mais sentido e eram mais profundas que as mesmas palavras faladas por qualquer outra pessoa", explicou.

A Federação Espírita do Estado de Mato Grosso (Feemt) também lamentou nas redes sociais a partida do líder religioso. "Desencarnou o querido Divaldo Franco, deixando um vazio nos corações de milhares de espíritas e iradores em todo o mundo", escreveu.

"Decerto que a Pátria maior está em festa pelo regresso de um nobre irmão que cumpriu exitosamente a sua missão, e que agora fortalecerá a egrégora de benfeitores espirituais que acolhem e ajudam o mundo", publicou a federação.

Por conta do trabalho de Divaldo na Mansão do Caminho (entidade que acolhe e educa mais de 5 mil pessoas em Salvador), Janaiara perguntou se havia algum programa de voluntariado para pessoas de outros lugares do Brasil. A resposta do médium nunca saiu da cabeça da jornalista: “Você não precisa ir para lá fazer a caridade. Trabalhe aqui mesmo”.

"Aquela frase me impactou profundamente. Já sou trabalhadora espírita, mas ouvir isso dele renovou minha motivação. Compreendi que não importa onde estamos, podemos viver e praticar o evangelho de Cristo em qualquer lugar", mantra que ela guardou para si.

"Como filha adotiva, a história dele sempre me tocou profundamente. Ele foi pai de mais de 680 crianças. Seu exemplo de caridade, mesmo diante de tantas adversidades, é comovente. Para mim, ele é um dos maiores reflexos do Cristo em nossa época", completou Janaiara.