Depois de problemas visíveis e recorrentes reclamações por parte dos acadêmicos do curso de Medicina da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Cáceres, finalmente o Ministério Público resolveu intervir na situação. O órgão quer informações da reitoria sobre as condições do ensino de graduação. A ação é uma resposta para os alunos que há pouco mais de duas semanas protocolaram na Promotoria de Justiça de Cáceres, um pedido de investigação da situação devido às diversas dificuldades e posicionamento da Unemat quanto às constantes reivindicações. No dia 20, os acadêmicos entregaram um documento para pedir providências e melhor a estrutura do curso e foram orientados a procurar outra instituição caso não estivessem satisfeitos com o modelo de ensino e a lentidão com que os problemas são sanados. Segundo estudantes, desde que iniciaram o curso em agosto de 2012, problemas como ausência de professores, materiais e até laboratórios são constantes. Inclusive, cerca de 20% dos acadêmicos abandonaram o curso. Diante dos relatos, a Promotoria expediu na quarta-feira (5), documento determinando que a Unemat preste informações acerca das condições atuais, principalmente no que tange o quadro atual de professores, a situação dos laboratórios e o cumprimento do projeto pedagógico. Sobre os professores, a universidade deve apontar quais são os concursados e quais são os contratados por prazo determinado, inclusive encaminhar as cópias dos contratos estabelecidos. Além disso, deve-se apontar se todos os educadores concluíram o curso de preparação docente em metodologias ativas, possuindo formação em PBL (Problem Based Learning - Ensino Baseado em Problemas). MÉTODO DE ENSINO O método de ensino é usado no curso e compreende popularmente em transferir a responsabilidade da aprendizagem do professor para o estudante. Não há aulas teóricas tradicionais, apenas grupos de leituras e discussão. A Procuradoria vai avaliar, ainda, se há o integral cumprimento do projeto político pedagógico do curso por parte dos professores, além de analisar a existência de estrutura física adequada para andamento do curso. Assim, a Unemat deve informar detalhadamente quais e quantos são os laboratórios necessários para que os acadêmicos possam desenvolver suas atividades previstas na grade curricular. Por fim, a instituição deverá apontar quais as providências previstas para implementar melhorias na atual situação do curso. Segundo a Procuradoria, a universidade tem o prazo de dez dias para apresentar resposta e diante das informações será aventado a necessidade de instauração de Procedimento Preparatório e/ou Inquérito Civil. UNEMAT De acordo com a porta voz da universidade, até esta terça-feira (11) a instituição ainda não havia sido notificada sobre o pedido de explicações do MP. O reitor Adriano Silval está em viagem. A reportagem entrou em contato pelo telefone celular com o reitor na segunda-feira e na terça-feira. Mas ele não atendeu às ligações.