Cheque especial:Juros vão a 144,2% ao ano, diz BC
Por Agência Brasil - Brasília
30/10/2013 - 10:30
A taxa de juros do cheque especial subiu 4,4 pontos percentuais, de agosto para setembro, ao alcançar 143,3% ao ano, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). Essa é a taxa mais alta desde julho do ano ado - 144,2% ao ano.
Entre as modalidades do crédito com recursos livres para pessoas físicas divulgadas pelo BC, a taxa do cheque especial é a mais alta. A taxa do crédito pessoal, incluídas operações consignadas em folha de pagamento ou de 39,7% ao ano para 40,4% ao ano, aumento de 0,7 ponto percentual.
A taxa para a compra de carros, subiu 0,3 ponto percentual – de 20,9% para 21,2% ao ano. Para a compra de outros bens, o aumento ficou em 0,8 ponto percentual, ando de 67,6% para 68,4% ao ano.
No caso das operações de arrendamento mercantil (leasing) de carros, houve queda de 1,1 ponto percentual para, variando de 12,1% para 11% ao ano.
Com a greve dos bancários, os clientes usaram mais o cheque especial, mesmo com taxa de juros mais alta em relação a outras modalidades para pessoas físicas, disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel. A greve dos bancários começou no dia 19 de setembro e terminou em meados deste mês.
De acordo com Maciel, com a greve, os clientes deixaram de fazer depósitos para cobrir a conta e não tiveram o a modalidades de crédito com taxas mais baixas. “O cheque especial, quer seja pela restrição ao o para depósito ou por ser crédito prontamente disponível, pode ter crescido nesse período por causa da paralisação”, disse ele.
A taxa de juros do cheque especial subiu 4,4 pontos percentuais de agosto para setembro, chegando a alcançar 143,3% ao ano. O saldo dessa modalidade subiu 4,3%, em setembro, atingindo R$ 22,03 bilhões.
Maciel acrescentou que, no caso de crédito imobiliário, modalidade em que é preciso ter o às agências para fechar os contratos, houve redução nas concessões. De agosto para setembro, a queda nas concessões do crédito imobiliário ficou em 9,5%. As concessões desse tipo de crédito totalizaram R$ 10,23 bilhões para pessoas físicas.
No total, as concessões de crédito com recursos livres para pessoas físicas caíram 8,8%, no mês, e ficaram em R$ 18,28 bilhões. O saldo total das operações de crédito (R$ 2,59 bilhões) teve expansão de 0,8%, em setembro. Em agosto o crescimento foi maior: 1,3%.
Segundo Maciel, a valorização da taxa de câmbio também levou a essa moderação no saldo das operações de crédito. Isso porque parte do crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está vinculado à variação da taxa câmbio. “Quando o dólar varia, esse estoque aferido em reais também varia. E esse foi um aspecto que diferenciou este resultado de resultados anteriores”, explicou o diretor do BC.
Segundo Maciel, o aumento dos juros é consequência das elevações da taxa básica de juros da economia (Selic). Os juros básicos, definidos pelo Banco Central, servem de referência para as demais taxas do mercado. Atualmente, a Selic está em 9,5% ao ano.