Desde que foi condenado pelo ‘Mensalão’, especialmente a partir do dia de sua prisão, o ex-deputado Pedro Henry já deve ter analisado e chegado à conclusão sobre quem são seus verdadeiros amigos. Se ainda não fez isso, seria bom que soubesse o que está acontecendo fora dos muros da cadeia, mesmo depois que conquistou o direito de cumprir a pena(de 7 anos e dois meses) em regime semiaberto, sair para trabalhar durante o dia e voltar para dormir na prisão(onde também a finais de semana e feriados). Nesse caso, caberia o provérbio que diz que ‘amigo verdadeiro se conhece nos momentos de dificuldade, de sofrimento e dor’. Alguns políticos com os quais Henry conviveu em partidos e campanhas eleitorais, diversos deles detentores de mandatos e de cargos de indicação partidária, estão negando que o visitaram do anexo da Penitenciária Central do Estado(PCE), Polinter. Dos três políticos que foram vistos por fontes deste site deixando o local em dias de visita(quarta-feira e domingo), apenas um confirmou que esteve com o ex-deputado. Os outros dois, talvez se valendo da dificuldade de o à lista dos visitantes, por ser considerada sigilosa, alega engano e que sequer estiveram na unidade prisional. Um deles chegou a dizer que no dia citado não estavam nem em Cuiabá, percorria o Estado em visitas partidárias. O deputado federal Júlio Campo(DEM), confirmou que esteve com Pedro Henry. Júlio disse que aquele não seria o lugar que gostaria de visitar seu eleitor, amigo e ex-companheiro de trabalho na Câmara Federal, como se referiu ao ex-parlamentar condenado. Entretanto, na análise de Júlio Campos, qualquer pessoa que exerce ou exerceu cargo público corre riscos de ar por situação similar. O que, na conclusão dele, mesmo sendo acusado e condenado, não significaria culpa ou desonestidade. “Amizade não pode ser somente para festas, momentos de diversão e alegria. Temos que demonstrar que somos amigos nas dificuldades, não apenas quando a pessoa está por cima”, ensinou Júlio Campos. O deputado disse que Pedro Henry não é primeiro amigo político dele que visita na cadeia. “Também visitei Jaime Muraro”, se referindo ao ex-prefeito de Tangará da Serra(250 quilômetros de Cuiabá), preso em setembro de 2005 sob acusação de improbidade istrativa. INFORMAÇÕES – Henry está preso na Polinter desde o dia 27 de dezembro. Antes disso, ou 14 dias no Centro de Internamento e Reeducação (CIR) do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Após ter a prisão decretada, em 13 de dezembro, ele renunciou ao mandato de deputado federal. MENSALÃO – É o nome dado à denúncia de corrupção política mediante compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional do Brasil, entre 2005 e 2006. O caso teve como protagonistas parlamentares de diversos partidos e integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula e membros do Partido dos Trabalhadores, sendo objeto da ação penal de número 470, movida pelo Ministério Público no Supremo Tribunal Federal.