Presos que cumprem pena na cadeia de Cáceres, a partir de agora, dificilmente terão sucesso em empreender fuga. As paredes e pisos da unidade prisional estão recebendo chapas de aço, as antigas e enferrujadas ferragens que cobrem as celas estão sendo substituídas por grades, mais resistentes e, em todo topo da muralha, que circunda o prédio, sendo instaladas consertinas. Além disso, todo movimento no interior do complexo, são monitorados por câmeras de vídeo instaladas na entrada do prédio onde trabalham policiais e agentes prisionais e na sala do diretor.

Promovida pela justiça, a reforma visa aumentar a segurança para evitar fugas, bem como, de acordo com o juiz da Vara de Execuções Penais, Jorge Alexandre Martins Ferreira, tornar o ambiente mais agradável aos funcionários e reeducandos. Os recursos para execução da obra são da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJDH) em parceria com o Conselho da Comunidade e Justiça Federal. A meta, conforme o juiz é ampliar a reforma para todo complexo prisional.

Além de setores istrativos, a unidade é composta por quatro blocos, sendo três com quatro alas, com duas celas cada e um bloco, com duas alas e duas celas cada. “Devido o pouco recurso, o trabalho é realizado de forma gradativa. Mas creio que, nos próximos meses toda cadeia estará reformada, aumentando a segurança e tornando o ambiente mais agradável, tanto para os funcionários, quanto para os reeducandos”, diz o juiz informando que toda mão de obra é realizada por um grupo de reeducando, devidamente, qualificado pelo Senar para o trabalho. 

Cerca de R$ 80 mil estão sendo investidos na reforma. Desse total, 50% é oriundo da SEJDH e Conselho da Comunidade, além de R$ 10 mil doado pela Justiça Federal. Consta ainda do trabalho, pintura interna da área istrativa e reforma total das instalações, elétricas, hidráulicas e sanitárias.

A melhoria no complexo prisional não se resume na reforma das instalações físicas. O juiz Jorge Alexandre, viabilizou através da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, a vinda de uma médica e três técnicas em enfermagem para atendimento médico diário tanto aos presos da cadeia masculina quanto das reeducandas da cadeia feminina. O resultado tem sido satisfatório. A presença de agentes de saúde no local, de acordo com o juiz, reduziu de forma considerável os casos de doenças entre os presos.

“É muito difícil ter um controle total da situação porque são centenas de reeducandos. Mas os casos, principalmente, de maior gravidade, reduziram muito nos últimos tempos” afirmou lembrando que, além do atendimento médico, atualmente, existe no prédio, uma pequena enfermaria, dotada de inúmeros medicamentos, principalmente, para atendimento de primeiros socorros, analgésicos, anestésicos e outros que beneficiam tanto funcionários quanto reeducandos.

Apesar da melhoria decorrente da reforma, bem como do atendimento médico, a situação da unidade prisional de Cáceres, não deixa de ser preocupante. Inaugurada em 2002, com capacidade de abrigar 242 presos, a cadeia acusa superlotação. Atualmente, conforme o diretor da unidade, Alexandre Mendes Vieira, estão trancafiados nas celas 408 presos. 166 a mais da capacidade. Apesar da superlotação, conforme o diretor, não se registra fuga na unidade há mais de um ano.