Os estudantes de Medicina da Unemat farão novo protesto neste sábado, 23, a partir das 17h, na Sematur, em Cáceres. O objetivo é conscientizar a população sobre as condições precárias do Curso de Medicina da Unemat. Este curso foi amplamente divulgado como necessário à região e que seria alvo de diversos investimentos por parte do governo estadual e da gestão da universidade. A realidade, após dois anos de sua abertura, revela que faltam professores, livros, projeto pedagógico completo e até mesmo salas de aula e laboratórios. Todos esses são itens mínimos para um ensino de qualidade. Em 2011, em nota no site oficial da gestão de MT, o governador Silval Barbosa assegurou que garantiria os recursos necessários para que a Unemat ofertasse o curso de Medicina. Segundo ele, seriam empregados todos os esforços necessários para que o Ministério da Educação (MEC) autorizasse o funcionamento do curso o quanto antes. “Esse curso de Medicina é o desafio maior, mas vamos até o ministro da Educação para reconhecer, e nós vamos colocar os recursos necessários para assim dar oportunidade aos filhos dos trabalhadores, que não tem como pagar uma faculdade particular, de se tornarem doutores”, disse à época.  É consenso entre todos os alunos de Medicina da Unemat que as condições mínimas para uma formação de qualidade não foram conquistadas, apesar de prometidas. O movimento ainda esbarra na burocracia da gestão da universidade e dos órgãos públicos. A situação precária é reflexo da política de sucateamento da saúde e educação no país. A greve iniciou-se em 13 de agosto de 2014 e, em uma semana, os alunos exaustivamente divulgaram o manifesto de greve e fizeram protestos na universidade, no Centro de Cáceres e em Cuiabá, onde foram recebidos pelo mesmo governador, que discorreu sobre orçamentos e, ao final da reunião, disse não saber do movimento dos estudantes. A sensação dos estudantes da Unemat é que a gestão quer que os próprios alunos encontrem as soluções, pois diz que vai resolver problemas estruturais, mas burocratiza os recursos financeiros, e afirma que professores serão chamados, mas não oferece atrativos de pesquisa e carreira para docentes. A estrutura que deveria estar pronta antes da abertura do curso agora é motivo de angústia para quem tenta aprender sem hospital ensino, sem sala de aula, sem professores e sem livros. É por tratar a saúde da população de Cáceres e região com respeito que os estudantes reiteram: não seremos negligentes com esta situação.  92nd