A Saúde Pública de Cáceres continua capengando. Apesar da boa vontade de médicos, enfermeiros e técnicos, e do esforço da Secretaria de Saúde, o que veio à tona é um fato absurdo: a Prefeitura de Cáceres DEVOLVEU carretas de medicamentos aos fornecedores. O motivo? Não traziam os medicamentos comprados na sua totalidade, havia medicamentos substituídos, sem contar preços superfaturados. O que a istração atual está descobrindo é que está sendo necessário cortar a própria carne para que o sistema volte a funcionar, mas de forma legal. Isso não significa conivência de ex-gestores. Quero crer que significa necessidade, urgência. Ou seja, o cartel de fornecedores estava acostumado a mandar os medicamentos, receber o preço estipulado e a máquina seguia funcionando... Houve nestes nove meses de istração uma situação de caos na saúde que está melhorando lentamente. Mas está melhorando. O PAM já conta com medicamentos de urgência, embora ainda falte alguns tipos de seringas e outros equipamentos. Já há médicos plantonistas. Já há 4 PSF´s em funcionamento. A Prefeitura continua buscando fornecedores que ofereçam preços dentro da realidade, tanto que buscou a lista deles nos hospitais da cidade. Os gestores-prefeito e secretária de saúde- foram uníssonos afirmando que não aceitarão de forma alguma que o quadro antigo volte a se instalar. Mesmo sob pressão e até mesmo ameaças. Eles afirmam que continuarão a agir dentro da lei para que o município tenha uma saúde pública de qualidade, com atendimento digno, sem a sangria dos cofres públicos. A situação anterior já foi denunciada pela istração à Promotoria de Justiça e à Polícia Federal, uma vez que há aquisições de medicamentos que são feitas com recursos da União. Sobre o programa Mais Médicos, o médico espanhol que chegou a Cáceres está ando por todas as unidades em funcionamento e esperando a liberação de seu CRM para começar a atender em um Posto de Saúde da Família. E ainda dentro deste programa, outros dois médicos deverão chegar a Cáceres. Esta é a parte que esclarece o problema da falta de condições de atendimento adequado no Pronto Atendimento Médico e nas unidades de saúde. A outra parte é a situação de desespero daqueles pacientes que necessitam do atendimento público e não conseguem obtê-lo. Há que se ter vontade férrea, da parte da istração municipal, para conseguir fazer a ponte entre as duas necessidades: apressar o o, vencer a burocracia, não aceitar imposições e agir dentro da lei e, ao mesmo tempo, atender com dignidade aqueles que precisam -e muito- de atendimento médico gratuito e de qualidade. Tarefa difícil, mas não impossível. Mãos à obra! *jornalista em Cáceres