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TCE:O pitoresco das auditorias
Por Andhressa Sawaris Barboza
04/02/2014 - 09:38

Foto: arquivo
Todo mundo já ouviu alguma história curiosa ambientada nos rincões de Mato Grosso. As mudanças políticas e o processo de colonização recente do Estado possibilitaram o surgimento das mais diferentes cidades com suas belezas e também problemas. Os casos mais inusitados das memórias dos últimos 41 anos de serviço público de um auditor do Tribunal de Contas de Mato Grosso resultaram no livro “O lado pitoresco das auditorias”, lançado recentemente. O autor, Reinaldo Thommen é cuiabano, tem 60 anos de idade, dos quais 35 como auditor público externo do TCE-MT que, somados aos seis anos que serviu ao Exército Brasileiro, perfazem 41 anos de carreira como servidor público externo. O livro faz um eio não linear por diferentes períodos, que vão desde a transição da ditadura até o regime democrático. Com um diário de campo de dar inveja em muito antropólogo, Reinaldo, ou “Rei” para os colegas, é desses cuiabanos bem humorados que gostam de contar uma boa história. Entre as tragédias e comédias da istração pública, foram selecionadas 100 das mais bizarras que o trabalho de auditoria pode trazer. Estradas sem pavimentação, fiscalizar obras e documentos à luz de lampião contando apenas com um bloco de anotações e nenhuma segurança. Este foi e, em alguns casos, ainda é o contexto do trabalho nas regiões mais afastadas da capital. Rei conta que quando começou a realizar auditorias não tinha a dimensão do que eram as dificuldades. “Há 30 anos, quando um auditor ia para campo, nos despedíamos sem saber o que poderia acontecer ou quando ele iria voltar, pois eram meses de viagem e ava dias sem conseguir dar notícias”, conta. Logo nas primeiras viagens, Reinaldo teve que encarar seu pavor de avião e o tratamento não foi com essas aeronaves modernas que estão hoje no mercado. Ele foi obrigado a encarar o famoso “teco-teco”, aeronaves precárias que mas aguentavam um ventinho leve. Em um dos casos do livro conta: “Verificamos que a pista era um pouco curta. O que não sabíamos até então (e que nos causou imensa surpresa) era que, em situação como esta, se amarrava uma ponta de corda na cauda da aeronave e a outra ponta em um tronco qualquer da mata. Uma vez alcançada a aceleração total, o piloto pedia para alguém do lado de fora que cortasse a corda e, assim, a aeronave levantava voo rasante, entre as copas das castanheiras que ficavam no final da pista.” Os apuros por conta dos “teco-tecos” renderam muitas que se não fossem cômicas, seriam trágicas. Muita coisa mudou nos últimos anos, mas a mudança não foi para todos os municípios e alguns continuam isolados devido à logística problemática. “Se esse problema, o do o, fosse resolvido, tenho certeza que aumentaria a arrecadação do Estado, pois foi o que aconteceu quando o pavimento chegou lugares que hoje são bem sucedidos, como é o caso de Querência”, contou. O retorno à cidade de Querência depois de anos marcou a vida do auditor que conta com emoção as mudanças positivas das quais foi testemunha. “Fiquei assustado com o progresso de Querência, hotéis de primeira, restaurante”, exclamou. Fazendo jus ao título do livro, “O lado pitoresco das auditorias”, o autor conta ainda a história do polêmico projeto “Pinto alegre” do município de Novo Santo Antônio (1.063 km de Cuiabá). Em 2006 a Prefeitura ou a distribuir estimulantes sexuais (Viagra e Cialis) para homens com mais de 60 anos. O problema começou quando os quatro comprimidos distribuídos por mês foram considerado pouco. Os idosos não estavam alegres com o fato do medicamento ser entregue para as suas esposas. Reinaldo conta que, como auditor, não pode analisar com a mesma ótica municípios como Novo Santo Antônio e Cuiabá. Um é muito pobre e distante de aparelhos públicos, o outro é uma capital, cujas possibilidades de resolver problemas é maior. “A Lei é para todos, mas as leis feitas nas salas refrigeradas de Brasília por pessoas que não conhecem a realidade desses municípios e nós, auditores, vamos até lá. Não podemos, é claro, relevar as irregularidades, mas sim falar delas e contextualizá-las, coloco nos meus relatórios tudo que vejo, ou seja, a irregularidade e quais as razões que levar a ela”, desabafa. Outro caso que sensibilizou o autor foi tema de um capítulo: “O colega já estava quase terminando a inspeção […] por curiosidade, resolveu dar uma olhada em um documento, verificando que se tratava da aquisição de uma vaca, isso mesmo, um animal. Qual não foi a sua surpresa ao saber que aquela aquisição deu-se num momento em que a Prefeitura encontrava-se com mais de três meses de salários atrasados e o prefeito, não ando a situação de penúria por que avam os seus funcionários, comprou a vaca, abateu-a e repartiu a carne com todos, doando um pedacinho para cada um, aliviando paliativamente aquela situação. Do ponto de vista legal, foi um ato errado? Sim, foi, porém, do lado humano, este prefeito agiu corretamente e o referido colega, sentindo a coisa por este lado, também agiu da mesma forma que o prefeito, ou seja, relevou a situação”. O bom humor com o qual Reinaldo Thommen conta suas histórias dá lugar à esperança quando fala sobre o futuro. Para ele há muitos problemas que Mato Grosso precisa superar, como a logística precária e falta de infraestrutura nos municípios, mas muita coisa mudou e acredita que ainda vai mudar. Por fim, ele faz um pedido especial: “Gostaria de fazer um agradecimento ao Conselheiro Novelli pelo empenho para publicação do livro”. Quem estiver interessado pode retirá-lo grátis no prédio do Tribunal de Contas do Estado, só ir ao setor de imprensa do TCE-MT e procurar a Fabiana, pois ainda há volumes disponíveis.
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